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BNDES já prevê alta de 4,5 % no investimento

O resultado da produção industrial motivou a previsão de crescimento entre 4% e 4,5% para o investimento no País no terceiro trimestre, pelos cálculos de técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Fonte: EstadãoTags: economia

O resultado da produção industrial motivou a previsão de crescimento entre 4% e 4,5% para o investimento no País no terceiro trimestre, pelos cálculos de técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

O diretor de Planejamento do banco, João Carlos Ferraz, disse não ter dúvidas de que o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) foi a principal influência para o aumento da produção de bens de capital. 

"Isso é o PSI", disse o Ferraz. "Minha impressão é que a política pública funcionou. No primeiro semestre, foi importante o incentivo do IPI para a indústria automotiva. Depois, veio a indústria metalúrgica, puxada pela indústria automotiva. E no terceiro trimestre foi o PSI, aumentando a produção de bens de capital." 

Ele comentou que "está uma correria das empresas" por financiamento pelo programa, que estabeleceu taxas de juros mais baixas, de 4,5% ao ano, e tem previsão de término em 31 de dezembro "Ninguém vai tirar férias em dezembro no BNDES", brincou. 

Marcelo Nascimento, da área de pesquisa econômica do banco, acha que os dados do IBGE surpreendem pela rapidez da resposta ao PSI. "Estamos prevendo para o terceiro trimestre crescimento entre 4% e 4,5% para o investimento no País. Já estamos crescendo a taxas próximas de antes da crise, bastante acima do PIB, o que já é característica de uma economia em expansão."

A escalada de 6,1% na produção de bens de capital entre o segundo e o terceiro trimestres também encontra reflexo no programa Procaminhoneiro. Com os juros mais baixos do PSI, os desembolsos para a compra de novos caminhões somaram R$ 231,6 milhões no terceiro trimestre, 527% acima do segundo. O número de operações saltou de 150 em janeiro para 1.002 em setembro. 

Nascimento chama a atenção para o crescimento de 17,8% no consumo de bens de capital, indicando a demanda por equipamentos para a expansão da indústria. "É um crescimento surpreendente, exatamente no mês em que o PSI teve mais desembolsos", afirmou. "Sem o PSI é possível que o desempenho da indústria de bens de capital fosse bom, mas nada como vemos." 

O PSI, lançado em junho, teve como objetivo reverter os efeitos da crise, com crédito para os segmentos de bens de capital, inovação e exportações. Na primeira quinzena de outubro, o programa já acumulava R$ 13,6 bilhões em operações. 

FINAME

O melhor indicador do impacto do BNDES no setor de bens de capital é a linha para a aquisição de máquinas e equipamentos, a Finame, cuja aprovação e liberação é mais ágil. Na primeira quinzena de outubro, a linha já havia liberado R$ 2,4 bilhões apenas nos 22 dias anteriores. A expectativa do banco era superar R$ 2,5 bilhões no balanço do mês, cujos dados ainda não foram fechados.


NÚMEROS

4,5% ao ano
é a taxa de juro do Programa
de Sustentação do Investimento do BNDES

R$ 13,6 bilhões
é o total acumulado de operações do programa, de junho a outubro

R$ 2,5 bilhões
era a meta de liberações da Finame a ser superada em outubro

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