Notícias
Indústria contrata e volta a lucrar
CNI comprova que há retomada do setor após crise global. Em agosto, faturamento total da área cresceu 1% no país
Deco Bancillon
A indústria brasileira dá sinais claros de descolamento da crise que derrubou economias de todo o mundo. Publicação divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que o setor ensaia trajetória ascendente de crescimento, baseada no consumo das famílias e cujo reflexo já pode ser visto com a geração de postos de trabalho. “Estamos iniciando um novo ciclo na atividade, mas é difícil antecipar a intensidade e a duração desse ciclo”, avaliou o economista Flávio Castelo Branco, gerente executivo de Política Econômica da CNI.
A boa notícia se deveu à ampliação das plantas fabris, ao aumento dos investimentos e ao aquecimento da demanda doméstica. Esse último fator compensou as perdas da indústria exportadora provenientes da recessão que tomou de assalto economias mais desenvolvidas, habituais compradoras de produtos brasileiros. “Trata-se de um novo ciclo não só para o emprego na indústria, mas para os demais setores”, contou Castelo Branco.
Exemplos não faltam para justificar o otimismo da CNI. Dos dados divulgados ontem, apenas os que dizem respeito às horas trabalhadas na indústria e à massa salarial de rendimentos dos trabalhadores registraram recuo na comparação entre agosto e julho. Enquanto o primeiro variou negativamente em 0,2% na análise entre os meses, o segundo caiu 2,5%.
Para todo o resto, indicou a CNI, houve melhora. A começar pelo emprego industrial, que, em agosto, registrou a primeira variação positiva no ano, depois da estabilidade em julho e da soma de oito taxas negativas desde novembro do ano passado. Contra agosto do ano passado e no acumulado do ano, porém, o indicador permanece no vermelho, com baixas de 4,5% e de 3,3%, respectivamente.
Também o faturamento das indústrias mostrou recuperação. Em agosto, as receitas do setor ficaram 1% maiores na comparação com julho, atingindo o maior resultado no ano para o índice de base fixa, com 106,6 pontos. O resultado de agosto ainda foi o maior desde outubro do ano passado, com 112,1 pontos.
No que diz respeito à utilização da capacidade instalada, que indica se a ociosidade do setor anda forte, registrou-se, em agosto, aumento de 0,2 ponto percentual frente a julho, na série com ajuste sazonal (condição de um período). Foi a segunda alta consecutiva do indicador, e a quinta variação positiva nos oito primeiros meses do ano.
Castelo Branco alertou, porém, para a falta de investimentos, que dão sustentação ao crescimento econômico e permitem que a capacidade instalada da indústria seja ampliada. O gerente executivo de Política Econômica da CNI disse esperar que o aporte de capital no setor volte a se dar mais fortemente apenas a partir de 2010, mas ainda assim abaixo do ideal. “Os dados de produção e de importação de bens de capital (máquinas, peças e engrenagens) estão bem abaixo do ano passado”, comparou.
Links Úteis
Indicadores diários
Compra | Venda | |
---|---|---|
Dólar Americano/Real Brasileiro | 5.7473 | 5.7483 |
Euro/Real Brasileiro | 6.0827 | 6.0976 |
Atualizado em: 18/11/2024 20:41 |
Indicadores de inflação
08/2024 | 09/2024 | 10/2024 | |
---|---|---|---|
IGP-DI | 0,12% | 1,03% | 1,54% |
IGP-M | 0,29% | 0,62% | 1,52% |
INCC-DI | 0,70% | 0,58% | 0,68% |
INPC (IBGE) | -0,14% | 0,48% | 0,61% |
IPC (FIPE) | 0,18% | 0,18% | 0,80% |
IPC (FGV) | -0,16% | 0,63% | 0,30% |
IPCA (IBGE) | -0,02% | 0,44% | 0,56% |
IPCA-E (IBGE) | 0,19% | 0,13% | 0,54% |
IVAR (FGV) | 1,93% | 0,33% | -0,89% |