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Varejo registra crescimento pelo 2º mês
Expansão atingiu um número maior de segmentos do comércio e superou expectativa de parte dos analistas
DANIELE CARVALHO
As vendas do varejo mantiveram em junho trajetória de recuperação, aponta a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), do IBGE. Segundo o levantamento, o volume de vendas cresceu 1,7% ante maio, a segunda alta seguida do ano nessa base de comparação. O resultado também ficou positivo, em 5,6%, ante junho do ano passado.
"Temos observado uma tendência de crescimento. Esse comportamento se mostra bastante verdadeiro diante da opinião de analistas de que estamos saindo do fundo do poço e de que o comércio varejista vem capturando esse sentimento", afirma Reinaldo Pereira, coordenador da PMC.
Ele diz que a expansão também pode ser explicada porque as vendas do comércio tradicionalmente se aquecem com a chegada do segundo semestre.
Em junho, além da manutenção do desempenho positivo nas atividades impactadas pela renda da população, como no caso dos supermercados, negócios mais dependentes do crédito -como o de eletrodomésticos- também já começaram a ter trajetória de crescimento. A performance nesse caso foi ajudada pela redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), segundo o IBGE.
Na comparação com maio, 6 das 10 atividades pesquisadas registraram incremento nas vendas, com destaque para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que cresceu 15,6%; tecidos, vestuário e calçados (10,1%); e automóveis, motos e partes, com expansão de 11,1%.
O lado negativo ficou por conta das vendas de combustíveis e lubrificantes, que recuaram 2,7%; livros, jornais, revistas e papelaria, que tiveram queda de 0,7%; e material de construção, com baixa de 1,9%.
O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, afirma que os números de junho vieram acima da expectativa de boa parte do mercado. "A surpresa positiva ficou por conta das vendas da categoria de material para escritório e informática e de vestuário, que vieram com expansão muito forte."
Revisão do PIB
Vale acrescenta que, pelo fato de o consumo ter se mostrado mais forte que o esperado, muitos analistas devem rever para cima suas expectativas do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre.
A pesquisa de junho mostra que a receita nominal de vendas subiu 2,1% ante maio. Em relação a junho de 2008, o indicador teve expansão de 9,6%.
O coordenador da pesquisa lembra que a recuperação nas vendas do comércio também fica evidente no comportamento trimestral. Nos primeiros três meses deste ano, na comparação com igual período de 2008, as vendas apresentaram crescimento de 3,7%. Já entre maio e junho, também ante o ano passado, a expansão foi de 5,2%.
A expansão do segundo trimestre, porém, não foi suficiente para evitar que o primeiro semestre fosse o pior em vendas para o comércio desde a segunda metade de 2003
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