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Empresários mudam o foco das pressões
"Os altos spreads cobrados pelos bancos são absolutamente incompatíveis com a condição da economia brasileira"
Marcelo Rehder
A avaliação de que o Banco Central (BC) chegou ao limite na redução da taxa básica de juros (Selic) levou representantes da indústria e do comércio a mudar o foco de pressão: em vez de insistir no corte da Selic, que tem tido efeito limitado nas taxas cobradas no mercado, as entidades empresariais cobram do governo uma atuação mais firme para redução do spread embutido nas operações de financiamento dos bancos.
Para entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio SP), o spread (a diferença entre a taxa que as instituições pagam para captar recursos e a taxa cobrada nos financiamentos a consumidores e empresas) é hoje o maior obstáculo para o crescimento da economia.
"Os altos spreads cobrados pelos bancos são absolutamente incompatíveis com a condição da economia brasileira", afirma o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto. "Não há país no mundo que atue em condições tão hostis do ponto de vista do financiamento."
Na sua avaliação, não há razão para os spreads permanecerem em níveis tão elevados, a começar pelo custo de captação, que caiu bastante. "Ainda temos spreads tão altos porque temos um mercado deformado, aonde prevalece um baixo grau de competição e um alto nível de concentração bancária".
"O spread bancário é um atentado ao crescimento do Brasil", diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Segundo ele, o País ainda não superou os efeitos da crise global e é decisivo diminuir o custo do dinheiro para os setores produtivos e o mercado consumidor.
O economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi) Rogério César Souza observa que os bancos não repassaram para o spread os ganhos de escala obtidos nos últimos anos. Segundo ele, os empréstimos crescem a taxas superiores a 20% ao ano desde 2005. "Poderiam ter baixado os custos administrativos na formação do spread", disse.
O economista Fábio Pina, da Fecomércio-SP, concluiu que a culpa é um pouco do próprio consumidor. "Enquanto o consumidor não entender o que está pagando e quanto está pagando, os bancos e as financeiras não vão diminuir de forma voluntária os seus spreads", comentou.
O presidente da CNI diz que há muito por fazer. Primeiro, o ambiente precisa ser mais concorrencial. "Os bancos públicos agora estão cumprindo um papel importante, até induzindo um pouco a redução dos spreads." Mas ressalta que apenas essa atuação estatal não resolverá o problema.
Para o Iedi, o governo deveria pensar em uma reforma ampla, que incluísse a implantação do cadastro positivo (lista de bons pagadores), corte de impostos, além da liberação do depósito compulsório.
Para entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio SP), o spread (a diferença entre a taxa que as instituições pagam para captar recursos e a taxa cobrada nos financiamentos a consumidores e empresas) é hoje o maior obstáculo para o crescimento da economia.
"Os altos spreads cobrados pelos bancos são absolutamente incompatíveis com a condição da economia brasileira", afirma o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto. "Não há país no mundo que atue em condições tão hostis do ponto de vista do financiamento."
Na sua avaliação, não há razão para os spreads permanecerem em níveis tão elevados, a começar pelo custo de captação, que caiu bastante. "Ainda temos spreads tão altos porque temos um mercado deformado, aonde prevalece um baixo grau de competição e um alto nível de concentração bancária".
"O spread bancário é um atentado ao crescimento do Brasil", diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Segundo ele, o País ainda não superou os efeitos da crise global e é decisivo diminuir o custo do dinheiro para os setores produtivos e o mercado consumidor.
O economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi) Rogério César Souza observa que os bancos não repassaram para o spread os ganhos de escala obtidos nos últimos anos. Segundo ele, os empréstimos crescem a taxas superiores a 20% ao ano desde 2005. "Poderiam ter baixado os custos administrativos na formação do spread", disse.
O economista Fábio Pina, da Fecomércio-SP, concluiu que a culpa é um pouco do próprio consumidor. "Enquanto o consumidor não entender o que está pagando e quanto está pagando, os bancos e as financeiras não vão diminuir de forma voluntária os seus spreads", comentou.
O presidente da CNI diz que há muito por fazer. Primeiro, o ambiente precisa ser mais concorrencial. "Os bancos públicos agora estão cumprindo um papel importante, até induzindo um pouco a redução dos spreads." Mas ressalta que apenas essa atuação estatal não resolverá o problema.
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